STF acusa Bolsonaro de tentar dar golpe, assim como ele faz

Acusações de Força-Tarefa Secreta do STF Contra Manifestantes
O jornalista norte-americano Michael Shellenberger, em entrevista ao portal Oeste Sem Filtro, declarou que o Supremo Tribunal Federal (STF), sob a direção do ministro Alexandre de Moraes, teria montado uma "força-tarefa secreta e ilegal" para investigar manifestantes ligados aos atos de 8 de janeiro de 2023, muitos deles apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. As alegações foram apresentadas nesta terça-feira, 5.
Fundamentos das Investigações Questionados
Shellenberger afirmou que documentos analisados por sua equipe revelam que o STF utilizou postagens nas redes sociais como base para justificar investigações e prisões. As informações são parte da segunda fase da série de reportagens intitulada "Vaza Toga", divulgadas em 4 de outubro. Segundo o jornalista, os arquivos demonstram que Moraes teria processado manifestantes de maneira excessiva, intencionando inflar as alegações de atividade criminosa e legitimar a narrativa de que o tumulto representou uma tentativa coordenada de golpe.
Classificação da Cidadania em Redes Sociais
O jornalista também mencionou que foram criadas "certidões" para categorizar cidadãos com base em suas interações online. Essas certidões teriam sido utilizadas para fundamentar decisões judiciais. "Se as pessoas curtiam posts críticos ao Supremo ou seguiam perfis de direita, como o de Jair Bolsonaro, eram marcadas como suspeitas", esclareceu.
Caso de Vildete da Silva Guardia
Shellenberger citou o caso de Vildete da Silva Guardia, uma aposentada de 74 anos que permaneceu presa mesmo após sua certidão ser corrigida. "Ela ficou 21 dias detida devido a uma hemorragia intestinal grave", lembrou.
Comparações com Práticas Autoritárias
O jornalista fez uma comparação com práticas soviéticas, afirmando que o STF estaria culpando os bolsonaristas por ações que, segundo ele, se assemelham a um "golpe de Estado". Ele enfatizou a declaração de Josef Stálin: "Mostre-me o homem e eu lhe mostrarei o crime", para criticar a abordagem do STF.
Falta de Respeito nas Comunicações Internas
Em sua análise, Shellenberger destacou mensagens internas do grupo de Moraes que denotam desdém pelos detidos. A fala atribuída ao juiz auxiliar Airton Vieira sugere um tratamento impessoal nas audiências. "Falavam como se estivessem no bar sobre as vidas de pessoas", observou.
Preocupações com a Legalidade das Ações do STF
Além disso, a assessora Cristina Kusahara teria solicitado certidões baseadas em postagens em redes sociais antes de decidir sobre a libertação de um detido, ação considerada ilegal por Shellenberger.
Repercussão da Investigação e Oposição da Mídia
O jornalista revelou que sua equipe, que inclui David Ágape, Eli Vieira e Alex Gutentag, ofereceu os dados a veículos de comunicação brasileiros, mas poucos estavam dispostos a publicá-los. Entretanto, a CNN Brasil foi uma das exceções, publicando dois artigos sobre a Vaza Toga 2.
Reflexões Sobre a Imprensa Internacional
Por fim, Shellenberger criticou a imprensa internacional, descrevendo-a como irresponsável e propagandista. Ele traçou paralelos entre os eventos de 8 de janeiro de 2023 no Brasil e os de 6 de janeiro de 2021 nos Estados Unidos, ambos rotulados como tentativas de golpe.
Shellenberger concluiu sua entrevista reiterando seu compromisso em acompanhar o caso e advogou pela atenção ao ex-assessor Filipe Martins, que enfrenta um escândalo envolvendo dados supostamente falsificados.
Com informações de: Oeste



