Aumento de Deepfakes Sexuais em Escolas de SP Chama Atenção

O estado de São Paulo lidera o número de casos de deepfakes sexuais em escolas, segundo levantamento da SaferNet Brasil. A pesquisa, divulgada na segunda-feira (6), revela que o Brasil registrou 16 ocorrências desse tipo entre 2023 e 2025, afetando 10 das 27 unidades federativas.

O Que São Deepfakes Sexuais?

Deepfakes sexuais referem-se a imagens contendo nudez ou conteúdos de natureza sexual gerados por inteligência artificial, sem o consentimento das pessoas envolvidas. Esse fenômeno representa uma grave violação da privacidade e da dignidade das vítimas, trazendo implicações significativas para a segurança dos jovens.

Casos Registrados em São Paulo

De acordo com a SaferNet, quatro deepfakes sexuais foram documentados em escolas de São Paulo. Um exemplo ocorreu em Itapetininga, onde pais de alunas denunciaram a manipulação de imagens por um colega utilizando inteligência artificial. O estudante foi suspenso após a denúncia formal à polícia. Em outro caso, em Itararé, dois adolescentes estão sendo investigados por criarem nudes falsos de estudantes em uma escola estadual.

Mapeamento Nacional

O levantamento da SaferNet identificou, até agora, 16 casos de deepfakes sexuais em todo o Brasil, envolvendo pelo menos 72 vítimas. Os estados afetados incluem:

• Alagoas: 1 caso
• Bahia: 1 caso
• Mato Grosso: 1 caso
• Minas Gerais: 1 caso
• Pará: 1 caso
• Paraíba: 2 casos
• Pernambuco: 1 caso
• São Paulo: 4 casos
• Rio de Janeiro: 2 casos
• Rio Grande do Sul: 1 caso

A pesquisa revelou que, dos 57 agressores identificados, todos tinham menos de 18 anos no momento dos atos.

A Necessidade de Monitoramento

Embora os números de deepfakes sexuais sejam menos expressivos em comparação com casos de imagens de abuso e exploração sexual, a SaferNet destaca a falta de monitoramento por parte das autoridades brasileiras. Não há informações claras sobre o progresso das investigações, dificultando a avaliação da dimensão do problema.

Pesquisa e Apoio às Vítimas

Diante da necessidade de coleta de informações, a SaferNet iniciou uma pesquisa para ouvir relatos de vítimas e testemunhas de forma anônima. A ONG busca elaborar um relatório inédito no Brasil sobre o tema, visando incentivar autoridades públicas a formular respostas eficazes.

Conclusão

A situação atual demanda atenção urgente, não só para a prevenção de deepfakes sexuais, mas também para garantir a proteção e a dignidade das vítimas jovens. A pesquisa da SaferNet pode ser um passo importante para o desenvolvimento de iniciativas que ajudem a combater esse tipo de crime.

Com informações de: G1