Moraes, do STF, é alvo de acusações, revela lista do New York Times

Acusações contra Alexandre de Moraes e Pressão Comercial dos EUA
O jornal norte-americano The New York Times divulgou uma lista de acusações contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enfatizando sua atuação no contexto das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil. A reportagem, intitulada "O Brasil manteve o controle rígido sobre as grandes empresas de tecnologia. As tarifas de Trump podem mudar isso", menciona que Moraes "prendeu sem julgamento, bloqueou veículos de notícia e ordenou a remoção de contas".
A Influência das Empresas de Tecnologia
Além das ações de Moraes, a matéria destaca que empresas do setor digital têm aumentado sua influência nas discussões sobre regulamentação tecnológica no Brasil. Com a implementação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, representantes de gigantes como Google e Meta passaram a ser recebidos por autoridades e ministros do STF, no contexto da criação de normas relacionadas à liberdade de expressão e inteligência artificial.
Segundo Anupam Chander, professor de direito e tecnologia da Georgetown University, "tudo parece fazer parte do ‘acordo’", o que sugere que questões internas do Brasil agora estão ligadas à agenda de comércio exterior.
Pressão dos EUA e Resposta do Brasil
Apesar da pressão crescente, o governo brasileiro reafirma que suas decisões judiciais não são influenciadas por interesses externos. O ministro Alexandre de Moraes continua à frente do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, mesmo diante das sanções dos EUA. Entretanto, enquanto a ofensiva de Trump em relação à Justiça brasileira mostra-se infrutífera, Washington concentra-se nas regulamentações do setor tecnológico.
Os Estados Unidos mantêm um intercâmbio comercial significativo com o Brasil, com um superávit de US$ 7,4 bilhões previsto para 2024. O governo Trump argumenta que as normas brasileiras prejudicam as empresas americanas e cerceiam vozes conservadoras.
Em resposta inicial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou Trump de "chantagem" e anunciou planos para aumentar a regulação e a taxação das plataformas digitais. No entanto, após a imposição das tarifas e a falta de progresso nas negociações, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, sinalizou abertura para discussões a fim de mitigar as sanções.
Moro e a Regulação das Redes Sociais
O STF, especialmente através de Moraes, tem se mostrado firme em sua postura, defendendo que a desinformação representa uma ameaça à democracia. Projetos de lei visando responsabilizar plataformas digitais enfrentam resistência de parlamentares conservadores, levando Moraes a bloquear perfis ligados a Bolsonaro e a restringir conteúdos que julga "antidemocráticos".
Na percepção de críticos, há excessos, como prisões sem julgamento e remoções de conteúdos sem justificativas claras. Essas ações suscitaram tarifas por parte dos EUA e uma investigação do representante comercial americano sobre as regulamentações vigentes.
Esse contexto diplomático permitiu uma maior participação das empresas de tecnologia nas discussões sobre as futuras regras do setor no Brasil. Em junho, o STF decidiu que plataformas digitais podem ser responsabilizadas por postagens que violem leis contra discurso de ódio e ataques à democracia, exigindo também monitoramento de conteúdo e prevenção de publicações prejudiciais.
A corte agora avalia o momento e as condições em que as novas diretrizes, inspiradas nas regras da União Europeia, serão implementadas. As empresas expressam preocupações sobre a insegurança jurídica e criticam a exigência de responsabilização por conteúdos de terceiros.
Com informações de: The New York Times.



