Ministro Moraes Identifica Contradições em Depoimento de General no STF
Na segunda-feira (19), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantou preocupações sobre inconsistências no depoimento do ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, durante o julgamento da tentativa de golpe de Estado. Moraes alertou Freire Gomes sobre a importância de manter a verdade em seus relatos, enfatizando que, se houve falsidade em seus depoimentos anteriores à Polícia Federal, isso deve ser reconhecido.
Divergências em Relatos
O ministro destacou, em sua afirmação, que Freire Gomes, em declarações anteriores à PF, mencionou a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro em discussões sobre um golpe de Estado, afirmando que o almirante Garnier Santos concordou com abordagens golpistas. No entanto, durante o depoimento às autoridades do STF, Freire Gomes negou qualquer conluio por parte de Garnier, afirmando que estava mais focado em aconselhar Bolsonaro sobre legalidades.
Alertas à Legalidade
Freire Gomes também abordou os riscos de ações fora dos limites legais, esclarecendo que não houve ordem de prisão dada a Bolsonaro, como reportado pela mídia. Em conversas com outros comandantes militares, o general deixou claro que qualquer tentativa de se desviar do processo eleitoral configuraria uma violação das normas.
Andamento do Julgamento
O STF iniciou hoje a oitiva de diversas testemunhas como parte do processo que apura a tentativa de golpe de Estado. O relator do caso, Moraes, está acompanhado pelos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino. Entre os acusados estão, além de Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa Braga Netto e outros aliados.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Bolsonaro e outros 33 indivíduos por golpe de Estado, alegando que o grupo tentou impedir a execução da vontade popular nas eleições, dividindo-se em núcleos civis e militares.
Depoimentos Precedentes
Outras testemunhas que já prestaram depoimento reforçaram a narrativa. O empresário Éder Lindsay Magalhães Balbino declarou não ter encontrado indícios de fraude eleitoral, enquanto Clebson Vieira, servidor do Ministério da Justiça, expressou “apavoramento” ao notar que a Polícia Rodoviária Federal adotou uma postura que dificultou o deslocamento de eleitores de Lula no segundo turno.
A ação penal avança, com a PGR buscando responsabilizar todos os envolvidos na trama que visou desestabilizar o Estado democrático.
Com informações de: G1.