Indicação de Lula na Abin bloqueou investigações e perseguiu colegas

Relatório da Polícia Federal aponta interferência do diretor da Abin em investigações
Um relatório da Polícia Federal (PF) revela que Luiz Fernando Corrêa, atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), teria interferido em investigações e perseguido funcionários do órgão. Corrêa foi nomeado em 2023 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Tentativa de Obstrução
De acordo com o documento, Corrêa buscou limitar o avanço das investigações sobre o uso irregular do sistema First Mile, em um episódio atribuído à chamada “Abin paralela”. O relatório indica que ele estava empenhado em proteger Paulo Maurício Fortunato, ex-diretor de Operações de Inteligência da Abin, apontado como responsável por uso indevido do sistema para fins pessoais e políticos, especialmente durante a gestão anterior.
Estratégias para Dificultar Investigações
Em março de 2023, durante uma reunião com Fortunato e Alessandro Moretti, ex-diretor adjunto, Corrêa teria criado uma estratégia para dificultar a investigação, propondo centralizar as apurações na própria Abin e no Supremo Tribunal Federal (STF). O relatório menciona que foi prometido à PF que uma sindicância interna seria "suficiente", substituindo a apuração criminal por um processo administrativo controlado internamente.
Assédio Moral e Perseguição
Além das tentativas de obstrução, o relatório aponta episódios de assédio moral, especialmente contra a corregedora Lidiane Souza dos Santos. Ela teria enfrentado retaliações por colaborar com investigações da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU). Corrêa, segundo o documento, chegou a classificar a Corregedoria como “bandalha” e pediu de forma agressiva uma “intervenção” na unidade.
Indiciamento e Acusações Formais
Luiz Fernando Corrêa foi indiciado por crimes como obstrução de investigação, prevaricação e coação. A PF alega que ele teve “participação ativa” no esforço para afastar a investigação e omitiu informações relevantes sobre usuários do sistema First Mile. O relatório também destaca que Corrêa teria usado assédio moral para intimidar colegas e favorecer interesses pessoais durante as apurações.
Com informações de: Revista Oeste.