IA que “revive” familiares falecidos gera polêmica sobre tecnologia no luto

Aplicativo 2Wai Gera Polêmica ao Criar Avatares de Pessoas Falecidas
Um novo aplicativo, chamado 2Wai, que utiliza inteligência artificial para criar avatares de pessoas já falecidas, tem causado intenso debate nas redes sociais. Disponível apenas nos Estados Unidos, o app permite que usuários recriem virtualmente entes queridos falecidos para interações ao vivo.
Funcionamento do Aplicativo
O processo para criar um avatar no 2Wai é simples. Primeiro, o usuário deve gravar um vídeo da pessoa que deseja “reviver”. Essa gravação dura cerca de três minutos e é essencial para que a inteligência artificial desenvolva o que a empresa chama de "HoloAvatar". Esses avatares têm a capacidade de reproduzir a voz e as ações da pessoa a partir das imagens capturadas. Além de indivíduos falecidos, o app também permite a criação de avatares de personagens fictícios.
Vídeo Viral
Recentemente, um vídeo demonstrativo do 2Wai, publicado pelo cofundador Calum Worthy, se tornou viral, alcançando mais de 40 milhões de visualizações. No clipe, uma mulher grávida conversa com a mãe falecida, e a narrativa prossegue com a avó contando histórias para o bebê. Este conteúdo gerou uma série de reações, predominantemente críticas. Muitos usuários expressaram preocupação com a possibilidade de a tecnologia encorajar a evasão do luto, com comentários como: "Essa é uma das coisas mais vis que já vi."
Riscos Emocionais
A psicóloga Mariana Malvezzi adverte que a dependência emocional em relação a avatares digitais pode prejudicar a vivência saudável do luto. "Essa ilusão de realidade pode minar a autonomia emocional e dificultar o reconhecimento e ressignificação da morte", explica. Com base em uma pesquisa da ESPM, um em cada quatro brasileiros se imagina utilizando tecnologias semelhantes para interagir com familiares falecidos.
Tendências em Tecnologia do Luto
O fenômeno do uso de inteligência artificial para recriar pessoas falecidas não é isolado. Casos anteriores, como a presença digital de uma vítima de homicídio em um julgamento e entrevistas com avatares de vítimas de tragédias, revelam uma tendência crescente e controversa. Esses "gêmeos digitais" podem proporcionar uma nova forma de lidar com a dor, mas também levantam questões éticas e emocionais que merecem atenção.
Com informações de: G1



