Política

“Comando de Caça aos Comunistas: O grupo de extermínio da ditadura”

Polícia Federal Desmantela Grupo de Extermínio com Ligações Históricas

Prisão de Suspeitos

A Polícia Federal prendeu cinco indivíduos suspeitos de participação no assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em Cuiabá (MT) em dezembro de 2023. O grupo criminológico investigado se autodenomina "Comando de Caça aos Comunistas, Criminosos e Corruptos" (C4). Além do advogado, o grupo tinha como alvo o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e ofertava serviços de espionagem envolvendo autoridades, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Conexões com o Passado

O nome e a estrutura do C4 lembram o "Comando de Caça aos Comunistas" (CCC), uma organização de extrema direita que operou durante a ditadura militar brasileira, nos anos 1960 e 70. O CCC era conhecido por suas ações violentas contra militantes de esquerda, artistas e defensores dos direitos humanos. Criado antes do golpe de 1964, o CCC agia em conluio com o regime militar, realizando brutalidades que iam de ameaças à torturas.

Um dos episódios mais notórios de sua atuação ocorreu em 1968, quando membros do CCC invadiram o Teatro Ruth Escobar, durante a apresentação da peça "Roda Viva", de Chico Buarque. A atriz Marília Pêra, que estava presente, descreveu o ataque como violento e aterrorizante.

Violência Política e Repressão

O CCC operava fora das instituições estatais, mas frequentemente contava com a conivência de autoridades. Com a intensificação da repressão após a adoção do Ato Institucional nº 5 em 1968, muitos de seus integrantes passaram a ocupar cargos oficiais em órgãos de repressão, como o DOI-CODI e o Serviço Nacional de Informações (SNI).

O relatório final da Comissão Nacional da Verdade, divulgada em 2014, reafirma os atos de violência do CCC. O grupo ficou famoso por assassinatos e torturas, inclusive o caso do padre Antônio Henrique Pereira Neto, morto em 1969 em Recife. O padre, que atuava em causas sociais, foi sequestrado e encontrado com sinais de tortura.

Atuação Recente do C4

Em 2024, a Polícia Federal trouxe à tona informações que ligam o C4 a crimes de execução. Documentos encontrados revelaram uma tabela de preços para assassinatos, variando de acordo com o perfil das vítimas. Além disso, o grupo utilizava métodos de espionagem, incluindo o uso de prostitutas como ‘iscas’.

As investigações están em andamento, e as autoridades estão avaliando a extensão das operações do grupo. A preocupação com a repetição de práticas brutais do passado ressurge diante da gravidade dos crimes associados ao C4.

Conclusão

A atuação do C4 reaviva preocupações sobre a persistência de grupos paramilitares no Brasil, ecoando um passado sombrio de violência política. A investigação da Polícia Federal continua, focando em desmantelar essas práticas e responsabilizar os envolvidos nos crimes.

Com informações de: G1.

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