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Câmara aprova 330 novos postos no Superior Tribunal de Justiça

Câmara dos Deputados Aprova Criação de 330 Novos Cargos no STJ

Em um cenário marcado por batalhas políticas entre os poderes Legislativo e Judiciário, a Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (19), um projeto que cria 330 novos cargos comissionados no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A proposta, que inicia sua tramitação no Senado Federal, é de autoria do próprio tribunal.

Pressões por Limites ao Poder Judiciário

A aprovação do projeto ocorre em meio a uma crescente pressão de parlamentares, especialmente do Centrão e de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que buscam impor limites ao Judiciário. Eles têm apresentado emendas constitucionais que incluem propostas de impeachment de ministros, entre eles Alexandre de Moraes, e discutem a possibilidade de restringir o foro privilegiado de deputados e senadores.

O objetivo desse movimento é reduzir a influência do Supremo Tribunal Federal (STF), o que intensifica as divisões entre as esferas do poder no Brasil.

Tensões entre os Poderes

A oposição tem tentado modificar a Proposta de Emenda à Constituição para proteger o ex-presidente Bolsonaro de processos no STF relacionados a possíveis tentativas de golpe. Simultaneamente, o líder do PP na Câmara, Doutor Luizinho (RJ), negocia um projeto que exige autorização do Legislativo para investigações contra congressistas e limita prisões a casos de flagrante ou crimes inafiançáveis.

As discussões em torno do impeachment de ministros do STF, em especial de Moraes, estão crescendo na ala direita. Apesar dessas tensões, a aprovação do projeto na Câmara indica um apoio ao Judiciário, contrariando algumas demandas por restrições.

Defesa da Criação de Cargos

O projeto foi relatado por Gabriel Nunes (PSD-BA), que sustentou que a criação dos novos cargos não resultará em um aumento das despesas primárias, pois os recursos já estão previstos no orçamento para o STJ em 2025. O relator argumentou que a medida "contribui para o aprimoramento da celeridade processual, fortalecendo a capacidade institucional do STJ".

Embora alguns deputados tenham protestado contra a proposta, incluindo tentativas de adiamento por parte do Psol, a votação seguiu em frente. Eli Borges (PL-TO) criticou a criação de novos cargos, afirmando que o Brasil não pode arcar com um aumento nas despesas do Judiciário.

Contexto de Aprovações Anteriores

Vale lembrar que a Câmara já havia aprovado um projeto semelhante em julho, quando foram criados 160 novos cargos no STF, também sem impacto fiscal, justificando o uso de recursos do próprio orçamento do órgão.

Com a medida recente, as discussões sobre o papel e os limites do Judiciário no Brasil continuam a ser um tema central nas pautas políticas do país.

Com informações de: Revista Oeste.

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