Bolsonaro grava vídeos com aposentados e ataca sindicatos no escândalo do INSS

Campanha de Bolsonaro Foca em Fraudes do INSS
Estrategia de Comunicação
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lançou uma campanha de vídeos com aposentados, visando exigir responsabilidades sobre as fraudes no INSS. Coordenada pelo marqueteiro Duda Lima, a estratégia foca na cobrança de devolução dos recursos desviados, com a mensagem clara de que “quem roubou deve devolver o dinheiro”.
Conflito de Narrativas
A disputa em torno das fraudes se intensificou entre Bolsonaro e o governo Lula (PT). Enquanto o PT argumenta que os roubos tiveram início durante a gestão de Bolsonaro, apoiadores do ex-presidente direcionam as críticas para associações e sindicatos com vínculos à esquerda.
Revelações das Investigações
As fraudes foram reveladas por uma operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU). As investigações apontam que entidades sindicais e associações cadastravam beneficiários do INSS sem consentimento, utilizando assinaturas falsificadas para descontar valores diretamente na folha de pagamento.
O esquema, que começou durante o governo Bolsonaro (2019–2022), se aprofundou sob a atual administração. Entre os principais alvos das investigações está o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, identificado como o operador central do esquema e sócio de 21 empresas.
Impacto Financeiro
Estima-se que a fraude tenha afetado cerca de 4,1 milhões de pessoas. Entre 2023 e o primeiro semestre de 2024, os descontos indevidos ultrapassaram R$ 3,2 bilhões, sendo que 95% dos beneficiários afirmaram não ter autorizado os débitos.
Consequências para a Administração Pública
O escândalo resultou na demissão de Alessandro Stefanutto, presidente do INSS, que havia sido indicado pelo ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi. Stefanutto foi citado nas investigações como uma figura chave na estrutura das fraudes.
Pressionado pela situação, Lupi pediu demissão em 2 de maio, alegando que seu nome não havia sido mencionado nas investigações, porém reconhecendo a gravidade da crise. Sua saída foi discutida diretamente com o presidente Lula, uma vez que a permanência de Lupi era considerada insustentável, podendo causar ainda mais desgaste à imagem do governo.
Com informações de: G1