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Data centers de IA no Brasil: cidades de servidores com água do subsolo e energia sustentável

Data Centers de Inteligência Artificial no Brasil: Avanços e Impactos Ambientais

Os primeiros data centers com foco em inteligência artificial (IA) no Brasil estão se desenhando como verdadeiras cidades tecnológicas, com um plano ambicioso que prevê o uso elevado de energia e água. Quatro projetos já foram anunciados em diferentes estados, trazendo à tona discussões sobre consumo e sustentabilidade.

Projetos em Diferentes Estados

Os novos data centers estão sendo planejados em localidades como Rio de Janeiro (RJ), Eldorado do Sul (RS), Maringá (PR) e Uberlândia (MG). Executivos das empresas responsáveis não revelaram os potenciais clientes desses centros, mas as grandes empresas de tecnologia estão sendo consideradas como fortes candidatas para ocupar esses espaços.

Caucaia (CE) também se destaca, onde um data center poderá ser utilizado pela ByteDance, a companhia por trás do TikTok, embora esta informação ainda não tenha sido confirmada oficialmente. Os data centers funcionam como imóveis que abrigam equipamentos de informática, como servidores e chips de processamento, essenciais para o treinamento de modelos de IA, como os utilizados pelo ChatGPT.

Crescimento do Mercado e Demandas Ambientais

O Brasil atualmente possui 188 data centers, todos voltados para serviços de nuvem, ocupando a 12ª posição mundial nesse setor. Com a crescente demanda por infraestrutura de IA, as empresas responsáveis por esses centros precisam garantir um fornecimento adequado de energia e refrigeração, que são considerados aspectos críticos em relação ao meio ambiente.

Estudos indicam que os potência de alguns desses novos centros será impressionante: o Rio AI City, no Rio de Janeiro, pode alcançar 3.200 megawatts, enquanto o Scala AI City, no Rio Grande do Sul, prevê 5.000 megawatts até 2033. Para efeito de comparação, a energia diária consumida por esses data centers seria equivalente ao abastecimento de milhões de residências.

Desafios no Uso de Recursos

Os data centers de IA demandam sistemas de refrigeração mais sofisticados, como o “liquid cooling”, que podem utilizar água ou óleo para resfriar os equipamentos. Embora a Elea Data Centers e a Scala Data Centers tenham optado por um sistema que não requer abastecimento constante de água, a RT-One considera usar água do Aquífero Guarani, uma reserva natural no Brasil.

No entanto, o uso de água e energia levanta preocupações. Pesquisadores apontam que a falta de dados públicos dificulta a avaliação do impacto ambiental desses projetos, tornando a análise de viabilidade uma tarefa complexa para especialistas e formuladores de políticas.

Apoio Governamental e Perspectivas Futuras

Os planos para a construção desses data centers têm o apoio de autoridades locais. Em Eldorado do Sul, uma nova legislação de incentivo tributário foi sancionada, visando estimular o crescimento tecnológico na região. Em Maringá e Uberlândia, os projetos também estão avançando, com expectativas de investimentos significativos.

A prefeitura do Rio de Janeiro manifestou interesse em transformar a cidade em um centro de excelência em inteligência artificial. O governo federal, por sua vez, estuda uma nova política para atrair investimentos na área, determinando que todos os projetos de data center sejam submetidos a licenciamento ambiental.

A crescente exploração dos recursos naturais do Brasil para suprir as demandas dos data centers ressalta a necessidade de um planejamento sustentável. O governo deverá garantir que os potenciais impactos ambientais sejam cuidadosamente avaliados, a fim de promover um desenvolvimento equilibrado no setor tecnológico.

Com informações de: G1

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