Pesquisa brasileira analisa bilhões de mensagens públicas do Discord e gera debate.

UFMG Coleta Mais de 2 Bilhões de Mensagens do Discord para Pesquisa
Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revelaram a coleta de mais de 2 bilhões de mensagens públicas de usuários do Discord. Os dados, extraídos entre 2015 e 2024, foram obtidos por meio de uma funcionalidade disponibilizada pela plataforma, o que gerou debates sobre privacidade.
Objetivo do Estudo
O estudo, intitulado "Discord Revelado: um Conjunto Abrangente de Dados de Comunicação Pública", pretende criar um banco de dados que sirva como base para investigações nas ciências sociais. Os autores tomaram medidas para anonimizar as informações, evitando a identificação dos usuários que postaram as mensagens.
Reação do Discord e Preocupações dos Usuários
A divulgação das informações gerou surpresa entre os usuários, que expressaram preocupações sobre a privacidade e a segurança de suas informações nas redes sociais. Em resposta, o Discord afirmou que os pesquisadores violaram suas regras, iniciando uma investigação sobre a coleta de dados.
Análise de Especialista
Diogo Cortiz, professor da Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC-SP) e especialista em tecnologia e inteligência artificial, analisou a pesquisa e considerou a metodologia legítima. Ele destacou que a pesquisa utilizou a API oficial do Discord, que permite o acesso a servidores e canais públicos, conforme os termos de uso da plataforma.
Questões de Ética e Privacidade
Apesar de o Discord afirmar que houve violação de suas políticas, Cortiz argumenta que os pesquisadores tomaram precauções para proteger as identidades dos indivíduos. Ele acredita que houve uma falta de clareza por parte da plataforma acerca de qual regra foi infringida.
O Que Dizem os Especialistas
Cortiz também fez questão de esclarecer que, embora os dados públicos possam ser coletados, a ética na pesquisa requer o respeito às diretrizes de cada plataforma. Ele observa que, ao contrário do que ocorre em redes sociais como o Instagram, o acesso a dados no Discord foi feito de maneira compatível com as normas estabelecidas.
A pesquisa da UFMG destaca a crescente intersecção entre tecnologia, privacidade e ética, levantando questões importantes sobre como os dados dos usuários são tratados em plataformas digitais.
Com informações de: G1.