Com a alta dos juros, brasileiros optam pelo penhor para empréstimos

Crescente Busca por Crédito: Brasileiros Retornam ao Penhor de Joias
Juros Altos Impulsionam Prática Tradicional
Com a taxa básica de juros atingindo o maior nível em quase duas décadas, muitos brasileiros têm recorrido ao penhor de joias como uma alternativa para obter crédito. Esta prática, uma das mais antigas do universo financeiro, voltou a ganhar espaço, especialmente entre aqueles que preferem evitar a burocracia dos bancos.
Demanda Crescente na Caixa Econômica Federal
De acordo com dados da Caixa Econômica Federal, única instituição autorizada a operar com penhor no Brasil, os números revelam um aumento significativo nesta modalidade de empréstimo. Em 2023, a instituição concedeu cerca de R$ 15 bilhões em penhor, e esse valor subiu para mais de R$ 17 bilhões em 2024. Só nos primeiros quatro meses deste ano, os contratos superaram R$ 6 bilhões.
Taxas Competitivas
Os empréstimos realizados via penhor têm uma taxa média de 2,97% ao mês, consideravelmente inferior a outras opções de crédito disponíveis no mercado, conforme informações divulgadas pelo Jornal Nacional.
Valorização do Ouro em Cenário Internacional
O contexto econômico global também contribui para o aumento do penhor de joias. Com a instabilidade causada por conflitos e decisões econômicas nos Estados Unidos, muitos investidores buscam ativos seguros, como o ouro, que valorizou mais de 40% no último ano. Isso torna as joias ainda mais atraentes como garantia para empréstimos.
Uma Opção Viável em Tempos Difíceis
O retorno ao penhor de joias não é apenas uma tendência, mas uma prática lógica em um país onde a confiança na economia é limitada. Em um cenário onde o crédito é caro, transformar itens de valor sentimental, como brincos herdados, em dinheiro viva é uma decisão pragmática.
A Influência dos Gastos Públicos
Os elevados gastos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também desempenham um papel neste panorama. O aumento contínuo das despesas públicas e promessas não cumpridas de déficit zero pressionam o Banco Central a manter os juros altos, dificultando a possibilidade de crédito mais acessível.
Desconfiança e Estagnação Econômica
Enquanto o governo destaca "investimentos sociais", o mercado percebe um aumento no endividamento. Essa desconfiança impacta a economia, restringe o crédito e afeta diretamente a vida dos que mais necessitam. Nesse ambiente, deixar uma joia na Caixa se torna um meio de sobrevivência, mais do que uma demonstração de desespero.
Com informações de: Revista Oeste.